sexta-feira, 20 de março de 2009

Como fazer uma Horta

Fala-se muito sobre Armazenamento de Alimentos, e lendo sobre isso, vi alguns trechos sobre ter uma Horta em casa. A princípio pensei que não seria possível, e depois de muitas pesquisas, achei um material legal de uma Universidade. Na verdade eles realizam cursos on line. São gratuitos e todos podem ter acesso.
Vamos usar esse material no próximos mês, ao tratardo tema de Administração Financeira e de Recursos, para ajudar as irmãs a serem mais auto-suficientes. Faremos uma Oficina Prática para incentivar cada irmã a ter uma mini horta, independente do espaço que possuam.
Eis o Material:
A natureza é tão generosa que uma rachadura no cimento da calçada é suficiente para fazer brotar ali, espontaneamente, uma plantinha qualquer. Imagine então, como a natureza responde quando você prepara o terreno, aduba a terra, semeia e transplanta as mudas selecionadas. É uma verdadeira festa para os olhos e o paladar. A saúde e o bolso também agradecem!
Na verdade, só há vantagens em se ter uma horta própria. Como ficar livre do consumo de agrotóxicos, levar os produtos da horta diretamente à mesa sem que eles sofram com o transporte, ter o prazer de mexer com a terra, transformar uma área inativa em área produtiva, contribuir para a preservação do ambiente, fazer higiene mental e, possivelmente, garantir uma renda extra. E tudo fica ainda mais gostoso quando a família toda participa do projeto.
O valor das hortaliças
Ao planejar sua horta, procure diversificar as hortaliças, uma vez que cada tipo tem seu valor alimentício específico.
Folhas e caules – Em geral são mais ricos em minerais, especialmente cálcio e ferro. Entre outros: acelga, agrião, aipo, alface, almeirão, bertalha, chicória, couve, espinafre, mostarda e repolho.
Frutos e sementes – Há outro grupo de hortaliças verdes que é rico em minerais e em vitaminas variadas. São as ervilhas, vagens, berinjela, fava, feijão de vagem, jiló, pimentão, quiabo e tomate (rico em vitamina C).
Raízes, bulbos e tubérculos – Ricos em vitaminas, têm coloração amarela ou vermelha. Fazem parte desse grupo: cenoura, pepino, cebola, rabanete, beterraba, nabo amarelo, nabo branco e batata doce.
Condimento ou tempero - Alho, cebolinha, coentro, cominho, hortelã e salsa.
O espaço de cada um
Apartamento ou casa sem quintal
Naturalmente que quem mora em apartamento não vai poder cultivar abóbora, batata e milho verde dentro de vasinhos ou jardineiras. Mas poderá garantir temperos e ervas medicinais como salsinha, cebolinha, manjericão, pimenta, hortelã, poejo, boldo, sálvia, alecrim, camomila, erva cidreira, etc., plantados em vasinhos, jardineiras, caixas de leite longa vida e até em tubos de PVC que, além de tudo, ajudam a deixar terraços, áreas de serviço e parapeito de janelas bem mais simpáticos.
Caixas vazias de leite longa vida: cole as abinhas da caixa, usando cola quente. Com uma tesoura, recorte uma janela que ocupe quase toda a parte da frente da caixa. Lave e seque a embalagem. Para ficar mais bonita, pinte o lado de fora da caixa com tinta plástica para artesanato e aguarde 4 horas para a secagem total. Com a ponta da tesoura, faça furinhos na parte de baixo da caixa para escoar a água das regas. Forre o fundo da caixa com pedregulhos e cubra-os com um dedo de areia e terra adubada. Distribua as sementes da erva que desejar cultivar, deixando uns três dedos de distância entre elas. Cubra com uma camada fina de terra. Regue com água pura, sem encharcar. Todos os dias, no finalzinho da tarde, faça nova rega, sem encharcar a terra. Mantenha a caixinha na varanda, parapeito de uma janela ou outra área onde ela possa receber a luz do dia.
Tubos de PVC: formar esta jardineira é fácil. Antes de tudo, determine o lugar onde ela será fixada. Feito isso, meça esse local e serre o cano de PVC de 200 mm de diâmetro no mesmo comprimento. Em seguida, serre o cano ao meio, no sentido do comprimento, obtendo duas calhas. Para fechar as extremidades, serre ao meio um "cap" de 200mm, também de PVC. Faça alguns furinhos ao longo da calha para dar vazão ao excesso de água. Faça a fixação e prepare o canteiro com as mudas ou sementes desejadas.
A sugestão é fixá-las com suportes de metal (tipo mão francesa) junto a parapeito de janelas ou pendurá-las, usando cordinha de náilon.
Nesse caso, elas ficam muito decorativas quando são cortadas em tamanhos diferentes e penduradas em alturas alternadas.
Quintal pequeno ou sem terra
Uma boa opção para esta situação é formar canteiros dentro de caixotes de madeira, pneus velhos e todo tipo de recipiente que tenha dimensões e profundidade mínimas (0,50 m x 1 m x 0,50 m) e que possa ser furado na base para dar vazão ao excesso de água das regas e das chuvas.No caso dos pneus, é preciso cortar uma base de madeira ou de plástico resistente que seja encaixado na parte interna do pneu, formando um tipo de bacia.
Outra idéia é construir canteiros de alvenaria, acompanhando o muro do quintal ou do corredor da casa.
Lembrando, é claro, que não podemos esquecer de completar o vão com areia para não deixar água parada e permitir que um foco da dengue se desenvolva. (Veja MiniCurso sobre Dengue).
Além de temperos e ervas medicinais, dentro deles é possível cultivar alface, cenoura, beterraba, rabanete, pimentão, tomate, rúcula, mostarda, chicória, couve, almeirão, agrião, cebola de cabeça, alho e jiló.Para que as hortaliças cresçam saudáveis e vigorosas, dispense à terra e ao plantio os mesmos cuidados das hortas cultivadas em terrenos.
Quintais ou terrenos
Qualquer jardim ou cantinho de terra pode se tornar produtivo. Mas são terrenos acima de 6 metros quadrados que permitem formar uma horta tradicional. Dá para calcular assim: a produção para o consumo de uma pessoa, pede uma área de 6 a 10 metros quadrados. Portanto, para suprir as necessidades de uma família de quatro pessoas, o terreno deve ter uns 40 metros quadrados, considerando os espaços entre os canteiros.
Hortas comunitárias
Esta opção é muito boa quando se tem uma área disponível de uso comum, seja particular ou pública. Projetos dessa natureza ainda podem contar com a ajuda do próprio governo do Estado, através do Programa de Hortas Comunitárias
Esse programa oferece todas as orientações técnicas de como formar a horta e ainda fornece ferramentas e sementes necessárias ao bom andamento dos trabalhos.
A finalidade é que os trabalhadores e suas famílias, que vivem em áreas urbanas, tenham a possibilidade de cultivar, em conjunto, hortaliças para o seu próprio consumo e, quando possível, complementar a renda familiar com a venda de excedentes de produção. Terrenos que ficam sob redes de alta tensão costumam ser usados, com sucesso.
Em escolas, creches e centros de juventude, o objetivo é estimular as crianças a entrarem em contato com a horta, mostrando seu cultivo e sua importância na alimentação, buscando sempre, nesses casos, a possibilidade de transformar áreas abandonadas em áreas produtivas, contribuindo para desenvolver uma maior conscientização quanto ao uso do meio em que vivem e o respeito às complexas relações existentes entre os seres vivos e o meio ambiente, além do incentivo do trabalho em conjunto.
Só há vantagens em se ter uma horta própria.
Naturalmente que quem mora em apartamento não vai poder cultivar abóbora, batata e milho verde dentro de vasinhos ou jardineiras. Mas poderá garantir temperos e ervas medicinais.
Qualquer jardim ou cantinho de terra pode se tornar produtivo. Mas são terrenos acima de 6 metros quadrados que permitem formar uma horta tradicional.
Hortas comunitárias são opções muito boas quando se tem uma área disponível de uso comum, seja particular ou pública.
Lição de Casa
1. A primeira coisa que você deve fazer é tomar conhecimento do espaço que você dispõe para plantar. Se for quintal ou jardim, meça a área para saber, com exatidão, qual é essa metragem. Desenhe essa área em uma folha de papel sulfite e coloque as medidas encontradas. Multiplique o valor do comprimento pela largura para obter a área em metros quadrados. Guarde esse papel pois essa informação será útil para decidir o que plantar. 2. Se o espaço é reduzido e sua plantação será composta por temperos e ervas medicinais, comece a preparar os recipientes onde ela será cultivada. Se você for usar caixinhas de leite, prepare-as conforme as explicações da aula. Para ficarem bacanas, capriche na decoração externa. Se sua opção for por jardineiras convencionais, meça o local onde elas serão colocadas para comprá-las nos tamanhos apropriados.
3. Se você pretende construir uma hortinha suspensa ou junto das janelas usando cano de PVC, meça os locais onde elas serão fixadas para cortar o cano nas medidas corretas. Lembre-se que cada pedaço de cano rende duas jardineiras do mesmo tamanho. Preste atenção: observe se não existe encanamento de água ou fios de eletricidade nos lugares onde os furos devem ser feitos para fazer a fixação dos suportes.
Para as hortinhas suspensas, será preciso distribuir o peso da jardineira. Em tetos de alvenaria, a cada 30 cm, fixe com bucha, um gancho (pitão) aberto. Corte o cordão de náilon na medida adequada: determine em que altura quer que a jardineira fique e, desse ponto, meça até o teto. Corte a cordinha de náilon com o dobro dessa medida, acrescentando uns 10 cm a mais para formar uma argola em cada extremidade. Para ficar mais firme, queime a pontinha que sobrar.
Passe a cordinha por baixo da calha (já furada na base) e encaixe as argolas no gancho do teto.
4. Caso exista algum terreno disponível próximo da sua casa, como aqueles que ficam sob a rede elétrica, informem-se no Prodam (o site foi indicado na lição) o que é preciso fazer para utilizar essa área. Aproveite para se informar também como obter as ferramentas e sementes necessárias.
5. Caso haja uma escola perto de sua casa (onde você, seus irmãos ou filhos estudam ou não), procure saber se lá existe uma área inativa que possa ser transformada em horta. Em caso positivo, guarde essa informação em “sua cabeça”, por enquanto. Ao final do mini curso, talvez você possa sugerir à direção da escola a formação dessa horta. Quem sabe você possa até se responsabilizar por essa horta e, ao mesmo tempo, ensinar às crianças a importância das hortaliças na alimentação e até contar com a ajuda delas na produção?

Parte 2
A vontade é de sair logo plantando. Mas ao fazer isso, você poderá ficar frustrado com os resultados porque o sucesso da colheita depende de alguns fatores muito importantes e que devem ser identificados. É isso que vamos discutir com você nesta lição.
As condições do terreno
O bom desenvolvimento das hortaliças depende do preparo da terra, da adubação, das regas, mas o terreno também precisa ter condições básicas. O espaço reservado à horta deve:
receber a luz do sol durante a maior parte do dia. A incidência dos raios solares ajuda a evitar grande número de agentes que favorecem pragas e doenças que prejudicam as hortaliças. Essa insolação é indispensável especialmente para cenoura, nabo, alho, cebola, tomate, vagem, quiabo e outros. Hortaliças folhosas, como salsa, cebolinha, coentro e alface, são mais tolerantes a sombra;
o terreno deve ser plano ou ter pouca inclinação e não pode alagar ou encharcar com facilidade;
ter acesso fácil a água pura e limpa, para fazer as regas, já que muitas hortaliças são consumidas cruas. A plantação não pode depender só da água da chuva;
ficar distante, pelo menos, 5 metros de privadas, chiqueiros ou esgoto para evitar a contaminação.
As ferramentas necessárias
Todo trabalho fica mais fácil com as ferramentas certas. Abaixo, relacionamos as mais adequadas para o manejo de uma horta. Mas isso não significa que você tenha que sair comprando tudo de uma vez. Dá até para improvisar algumas delas. De todo modo, conheça quais são essas ferramentas e para que servem.
Ancinho - Para retirar torrões, arrastar ciscos e entulhos e nivelar os canteiros.
Colher de transplante – Serve para arrancar as mudas com terra que serão transplantadas para o local definitivo. É boa também para abrir covas. Mas se a horta for pequena, serve uma colher comum.
Enxada - Para capinar o terreno, fazer covas, misturar e incorporar os adubos na terra e formar os canteiros.
Pá Curva - Para remover a terra ou misturar adubos.
Sacho – Um dos lados dessa pequena enxada serve para capinar entre as plantas. O outro lado, com uma ponta afiada, serve para afofar a terra, abrir covas e criar sulcos.
Escarificador - Para afofar a terra e quebrar a crosta que se forma na superfície da terra dos canteiros.
Regador ou mangueira – Para regar as plantas.
É hora de preparar o terreno
A primeira coisa a fazer é capinar o terreno, eliminando as plantas daninhas, as que fazem sombra, tocos de árvores e sobras de raízes, de modo que a terra fique livre e limpa.
Devemos usar sementes ou mudas?
Depende do que se quer plantar. Há hortaliças que devem ser semeadas e depois transplantadas para o canteiro definitivo, como a alface, o repolho, a acelga, o almeirão; outras são semeadas no local definitivo, como as ervilhas, as favas, os quiabos, os feijões de vagem, a cenoura e o rabanete. E, algumas espécies, são plantadas através de mudas retiradas de plantas bastante desenvolvidas, produtivas, sem doenças ou pragas. É o caso da couve, do moranguinho, da batata-doce.
As Sementes
A boa qualidade das plantas está relacionada à boa qualidade das sementes, vendidas em casas especializadas e idôneas.Como saber se a semente é boa? Fazendo o teste de germinação: forre o fundo de um prato ou de um pires com algodão ou papel poroso, bem molhado. Por cima, espalhe 10 sementes e deixe em local protegido. Todos os dias, umedeça o algodão ou o papel, sem encharcar. Se ao final do sexto dia germinarem 8 sementes ou mais, elas podem ser consideradas de boa qualidade.
Sementeiras Sementeiras são os canteiros ou caixotes onde as sementes são espalhadas para germinar. Só depois de alcançarem o tamanho adequado é que as mudas são transplantadas para o canteiro definitivo.
A terra das sementeiras requer tratamento meticuloso. Ela deve estar totalmente limpa de matérias estranhas, vegetais ou animais. A composição ideal para uma sementeira é a mistura, em partes iguais, de areia lavada, terra e terra preta.
Faça sulcos com 5 cm de distância entre eles, mantendo a mesma profundidade. Distribua as sementes de maneira uniforme. Cubra as sementes com uma camada fina da mesma mistura da sementeira. Para manter a umidade e evitar que a semente afunde com a irrigação, espalhe capim seco por cima. Essa cobertura deve ser retirada quando as sementes começarem a germinar.
Os canteirosEm terrenos inclinados, os canteiros devem ficar atravessados em relação à queda do terreno para evitar que as águas das chuvas os destruam. A parte superior fica na horizontal, como os degraus de uma escada.
É importante também, cercar as bordas dos canteiros para evitar que as águas das regas e chuvas provoquem erosão (desgaste que ocorre, pouco a pouco, causado principalmente pelas águas correntes de chuva ou regas mas também por ventos fortes ou constantes) nessas beiradas, diminuindo a área útil de plantio. Essa contenção pode ser feita com a própria terra do canteiro, tábuas, tijolos, madeiras roliças, bambus ou qualquer material que segure a terra.
Os adubos
Para produzir hortaliças de boa qualidade e o máximo de produção, o solo precisa receber nutrientes extras, através de adubações. Além disso, planta bem nutrida evita doenças.
Existem dois tipos de adubos: os químicos e os orgânicos.
Adubos químicos são aqueles que se compram prontos, em casas especializadas em plantas, como o salitre do Chile, o calcário, o sulfato de amônia e o NPK 4-14-8. NPK- 4-14-8 - significa que este adubo tem 4 partes de nitrogênio (N), 14 de fósforo (P) e 8 partes de potássio (K).
Adubos orgânicos são o esterco recolhido do curral, do galinheiro e o lixo curtido hipertexto. O lixo curtido é resultado da fermentação do capim capinado, folhas, cinzas, cascas de vegetais e de frutas, restos de animais e outros. Todo esse material deve ser jogado dentro de um buraco feito na terra e coberto por uma camada de terra. O local deve receber água duas vezes por semana. É a chamada composteira. O adubo estará curtido quando a mistura estiver fria. Para conferir, faça o teste: enterre uma chapa de metal até o fundo do buraco e deixe por 10 minutos. Se, ao ser retirada, a chapa estiver fria, o adubo pode ser usado imediatamente. Se estiver quente é porque ele não está pronto e você deve continuar jogando água e aguardar que a mistura esfrie.
Quanto e quando aplicar?
Adubos químicos - Em geral, utiliza-se 200 g de calcário e 250 g de NPK por metro quadrado. A adubação é feita em duas etapas: a primeira entre 8 e 15 dias antes do plantio. O adubo é incorporado à terra ou nos sulcos e covas; a segunda, chamada adubação de cobertura, uma vez por mês ou depois da germinação ou transplantio. Nesse caso, o adubo é distribuído sobre a superfície da terra, afastado 10 a 15 centímetros das plantas.
Adubo orgânico - 3 a 4 litros por metro quadrado de canteiro. Esterco de curral: no primeiro cultivo, de 20 a 30 litros por metro quadrado. No segundo cultivo, essa dosagem pode ser reduzida pela metade. Esterco de galinha: 6 litros por metro quadrado de canteiro. Todo adubo orgânico deve ser bem curtido.
Emprego: tanto o adubo orgânico quanto os estercos são empregados da mesma maneira: mistura-se muito bem à terra do canteiro, 8 a 15 dias antes de se fazer o plantio.
Como medir os adubos em litros: para aplicar em áreas pequenas, use como medidor a embalagem vazia de óleo de cozinha. Para facilitar, corte a parte do gargalo, eliminando-o. Para áreas maiores, use latas descartadas de margarina ou óleo de 5, 10 ou 20 litros. As medidas sempre estão indicadas na embalagem.
Com a mão na terra
Usando o enxadão, revolva o terreno numa profundidade de 25 a 30 centímetros.
Faça a divisão dos canteiros, determinando quais serão destinados às hortaliças de plantio definitivo (que não precisam ser transplantadas) e quais os que receberão as mudas desenvolvidas nas sementeiras. Use estacas de madeira ou bambu para fazer essa divisão que vai depender da disposição do terreno.
Você pode reservar uma parte do canteiro para servir de sementeira, ou seja, onde as sementes vão germinar antes de serem transplantadas para o local definitivo. Conforme o espaço disponível, essas sementeiras podem ser montadas em caixotes de madeira.
Com a enxada, forme os canteiros com uma largura que varie entre 1 metro e 1,20 metro, que fiquem com 15 a 20 cm de altura e nos comprimentos que quiser. Entre um canteiro e outro é preciso deixar um espaço de 20 a 30 cm.
De 8 a 15 dias antes de transferir as mudas, o canteiro deve receber adubação orgânica e química. Este é um trabalho que vai ocorrer uma única vez. Daí pra frente é só cuidar do plantio.
Com a terra bem preparada e os canteiros formados é preciso decidir o que plantar. Também é importante saber a época certa para o plantio de cada espécie, o tempo que cada hortaliça leva para ser colhida, etc. Isso tudo e muito mais, só na próxima lição. Mas antes disso, há muito trabalho a ser feito. Mãos à obra!
O bom desenvolvimento das hortaliças depende do preparo da terra, da adubação, das regas, mas o terreno também precisa ter condições básicas.
A primeira coisa a fazer é capinar o terreno, eliminando as plantas daninhas, as que fazem sombra, tocos de árvores e sobras de raízes, de modo que a terra fique livre e limpa.
Para produzir hortaliças de boa qualidade e o máximo de produção, o solo precisa receber nutrientes extras, por meio de adubações.
Com a terra bem preparada e os canteiros formados é preciso decidir o que plantar. Também é importante saber a época certa para o plantio de cada espécie, o tempo que cada hortaliça leva para ser colhida etc.
Lição de Casa
1. Observe a topografia do terreno onde a horta será formada. No caso de haver inclinação, avalie se ela não é muito acentuada e se o terreno pode ser alagado facilmente pela chuva.
2. Certifique-se de que não haja privadas, chiqueiros ou esgoto a menos de 5 m da área da horta.
3. Observe a incidência do sol. Anote qual é o horário que o sol começa a bater no terreno, se tem alguma área que fica sombreada o tempo todo e quanto essa área representa no todo do terreno, e a que horas o sol deixa de incidir.
4. Verifique quais são suas ferramentas disponíveis e deixe-as em ordem para o uso.
5. Pesquise e estude o tipo de adubo que vai usar e, se for o caso, comece a prepará-lo.
6. Pegue aquela folha de papel com o desenho e as medidas do terreno (que você fez na lição 1). Antes de ir para a terra, elabore nesse desenho como será a sua horta, obedecendo as distâncias necessárias entre os canteiros.

Parte 3
É nesta etapa que você vai fazer uma das partes mais gostosas de todo o processo: plantar e acompanhar o nascimento dos primeiros brotinhos de sua horta. Obedeça direitinho as indicações e, em pouco tempo, orgulhosamente, você levará à mesa verduras frescas e bonitas para alimentar a família.
Escolha o que plantar
Na horta familiar, a escolha das hortaliças deve recair sobre aquelas que sejam do gosto de toda a família. Para ter uma produção racional e equilibrada durante o ano inteiro, leve em consideração:
o tempo de amadurecimento de cada espécie e variedade;
o clima, para evitar problema de florescimento;
o tamanho da horta.
Feita a relação das hortaliças escolhidas para o cultivo, consulte sites técnicos que fornecem tabelas indicando as espécies, o tipo de plantio, a época do plantio, o tempo de germinação, o modo de propagação, o espaçamento necessário entre as mudas e o início da colheita.
O plantio
Semeadura direta: no terreno preparado, adubado e irrigado, abra sulcos com 2 a 3 cm de profundidade atravessados no canteiro ou ao longo dele.
Deixe entre 20 a 30 cm de espaço entre os sulcos, conforme a hortaliça. Outra opção é fazer covas no lugar dos sulcos. Nesse caso, distribua 2 ou 3 sementes por cova. Quando as mudinhas estiverem com duas folhas definitivas, faça o raleamento - a retirada das plantas em excesso, deixando o espaçamento ideal para o desenvolvimento das demais. Essas plantas arrancadas podem ser aproveitadas em outro canteiro, com exceção do rabanete, cenoura e nabo que acabam ficando com as raízes defeituosas.
Transplantio de mudas: é a passagem das mudas das sementeiras para o local definitivo. As mudas devem ter 8 a 10 folhas e estar com 8 a 15 cm de altura. Regue bem a sementeira para facilitar a retirada das mudas. O transplante deve ser feito em dias nublados e úmidos ou no final da tarde para evitar o horário de maior insolação. Com delicadeza para não danificar as raízes, retire as mudas com uma colher comum ou a colher de transplante. No transplante, enterre as mudas na mesma profundidade que se encontravam na sementeira.
A distância entre as mudas varia conforme a hortaliça. A tabela abaixo é apenas um exemplo.
Alface: 25 x 25 cm
Pepino: 80 x 50 cm
Quiabo: 100x 50 cm
Couve: 80 x 60 cm
Tomate: 80 x 50 cm
Repolho: 80 x 50 cm
Berinjela: 80 x 60 cm
Pimentão: 80 x 50 cm
Cebolinha: 20 x 10 cm
Tempo de colheira
O ponto de colheita é reconhecido pela idade da planta, pelo desenvolvimento das folhas, hastes, raízes ou outras partes que serão consumidas.
De modo geral, as hortaliças folhosas e de hastes são colhidas quando estão tenras, as de flores quando os botões estão fechados e as raízes e bulbos quando estão completamente desenvolvidas.
Mas a verdade é que as hortas caseiras não exigem muito rigor quanto ao ponto de colheita. É o interesse e a preferência que devem decidir. O mais importante é que se aproveite, da melhor maneira, toda a produção. Ainda que, para isso, colha-se um pouco antes e um pouco depois do ponto considerado ótimo. Afinal, qual o problema de se colher a alface antes mesmo de fechar a cabeça?
O importante é ter o imenso prazer de consumir os produtos produzidos e colhidos por esforço .

Lição de Casa
1. Você sabe quais são as hortaliças preferidas de cada um dos membros da família? Elabore uma lista com essas preferências. Dessa forma ficará mais fácil decidir o que plantar e as quantidades adequadas ao consumo.
2. Levando em conta as informações do item anterior, elabore um tipo de calendário com as datas apropriadas de plantio e o tempo previsto para as colheitas, de modo que não faltem hortaliças para o consumo diário.
3. Anote quais foram as suas dificuldades de execução até esta etapa e busque informações (veja em Saiba Mais) para saná-las antes da próxima safra.

Enquanto as hortaliças crescem e se devolvem é preciso cuidar adequadamente da irrigação e ficar atento para um possível aparecimento de doenças e pragas que podem ser combatidos com soluções caseiras. É isso que você vai aprender nesta lição que encerra o MiniCurso.
O bom desenvolvimento das plantas
Com os canteiros formados é preciso ficar atento com: a irrigação, o aparecimento de plantas daninhas, doenças e pragas.
Irrigação - Nos três primeiros dias após o transplantio das mudas, a recomendação é que a rega seja feita de manhã e à tarde, ou até que as plantas estejam bem pegas. Daí em diante, a quantidade de água vai variar de acordo com a hortaliça e a temperatura local. Por isso, observe atentamente a plantação até decidir qual é a freqüência mais adequada para as regas. Geralmente uma rega diária é suficiente tanto para as sementeiras como para as hortaliças mais exigentes em água. Em dias muito frios, evite a rega à tardinha.
Plantas daninhas – Representam gastos extras com água e adubo. Além disso, se não forem arrancadas, acabam provocando sombra e uma diminuição da produção. Portanto, a capina deve ocorrer o mais cedo possível. Quando novas, as plantas daninhas podem ser facilmente retiradas com a mão ou com o sacho.
Terra fofa - Para fornecer o arejamento necessário à raiz da planta e propiciar a manutenção da umidade do solo, para que os nutrientes sejam bem aproveitados, a terra precisa ser bem afofada uma vez por semana. A esse procedimento dá-se o nome de escarificação.
Controle de pragas e doenças
Às vezes acontece da horta ser atacada por pragas e doenças e, muitas vezes, esses ataques poderiam ter sido evitados. É normal que, de vez em quando, apareça um pulgão ou uma manchinha numa folha ou outra. O que não é normal é a horta sofrer ataques sistemáticos. Veja abaixo como evitá-los.
Local ensolarado: É preciso haver incidência dos raios solares na maior parte do dia sobre a área plantada para eliminar agentes prejudiciais às hortaliças; Solo bem preparado: quando está bem nutrida, a planta evita doenças. Use o máximo possível de matéria orgânica bem curtida, aliada à correção do solo, repetindo a adubação no tempo certo. Dê preferência a adubos naturais, como o calcário, e os orgânicos; Sementes tratadas e de boa procedência: garantem melhor qualidade de germinação e de plantas sadias, sem contaminação; Rotação de culturas: uma prática muito importante para evitar o aumento de pragas e doenças na horta. Nunca se deve plantar duas safras da mesma hortaliça no mesmo canteiro. Alterne sempre. Onde havia um produto de raíz, substitua por uma folhosa e vice-versa. Por exemplo: onde você plantou couve, plante beterraba; onde tinha alface, plante cenoura; no lugar do repolho, plante rabanete e assim por diante. Limpeza da área: os restos de cultura abandonados sobre a terra só são úteis às pragas e doenças. Aproveite-os para fazer adubo orgânico.
Soluções
Repelentes: algumas plantas são repelentes naturais de insetos como as borboletas, vaquinhas, pulgões, etc. Explore essa possibilidade. Além da ação como repelentes, plantadas entre as hortaliças, elas embelezam a horta. É o caso do cravo de defunto, arruda, losna, alho, alfavaca e os gerânios. Quanto mais rápido detectar a presença de pragas, mais fácil é o combate. Por isso, desenvolva o hábito de observar as hortaliças diariamente. Os inseticidas: não use inseticidas químicos. Os agrotóxicos podem trazer sérios problemas para a saúde humana, já que muitos alimentos são consumidos crus. Esses produtos atravessam o solo e contaminam os lençóis freáticos, comprometendo, a longo prazo, os rios e os lagos. Além do maior valor nutritivo, os alimentos orgânicos são mais saborosos e têm cor mais intensa. Opte pelas formas alternativas de combate às pragas e doenças.
Mas atenção: mesmo os remédios caseiros, quando aplicados, exigem um período de pelo menos 5 dias antes que as hortaliças possam ser consumidas.
Receitas caseiras para combater pragas
Pulgões e grilosHá duas formas de preparar o extrato de fumo. Escolha a que for mais conveniente para você.1. Em um recipiente que possa ir ao fogo, pique 20 centímetros de fumo de rolo (ou de corda) forte, adicione 1 litro de água e deixe ferver por 30 minutos. Retire do fogo e deixar esfriar. Coe em pano fino, espremendo bem e, ao líquido obtido, adicione mais 3 litros de água. Pulverize sobre as pragas em seguida, já que seu efeito só dura 8 horas.2. Pique o fumo de corda, cubra com álcool e aguarde até que esse álcool seja absorvido. Quando isso acontecer, adicione mais álcool diluído com um pouco de água e mantenha em local escuro, por três dias. Coe, guardando o líquido obtido em garrafa escura. Na hora de empregar, misture 400 ml desse líquido com 200 gramas de sabão em pedra e 10 litros de água, sendo que o sabão deverá ser desmanchado em água quente antes de ser adicionado à mistura. Pulverize sobre as pragas.
Formigas (lava-pés, quem-quem, cupim, etc.) Dilua 1 copo de creolina em 10 litros de água. Ao localizar o formigueiro, remova a terra com a enxada. Encharque o local com a solução de creolina.
Besouros, caracóis, lesmas, tatuzinhos, lagartas, pulgões, etc. Há diferentes formas de combate:Tábuas – Logo cedo, espalhe algumas tábuas pelos canteiros. Quando o sol esquentar, os insetos vão se esconder embaixo das tábuas. Quando o dia começar a refrescar, retire as tábuas e mate os insetos que ali se abrigaram.Cinza, cal e sal de cozinha – Espalhe um destes produtos pelos canteiros.
LagartasEsses insetos costumam atacar especialmente as folhas de couve. Com uma fiscalização diária, fica fácil retirar e esmagar os ovos que as borboletas põem na face inferior das folhas.
SaposInjustamente combatidos e perseguidos, os sapos constituem proteção natural paras as hortas e jardins, pois esses animais são essencialmente insetívoros e, saindo de preferência a noite, realizam excelente trabalho de limpeza, caçando justamente os insetos de hábitos noturnos e, portanto, de difícil combate.
Regar não é afogar as plantas
Nos canteiros, geralmente basta uma rega por dia, de preferência à tardinha, quando a terra vai perdendo o calor recebido do sol. No verão, sendo possível, é conveniente fazê-la à noite. Você tanto pode usar os regadores manuais como as mangueiras, desde que a saída da água seja através de ralo (ou chuveiro) de furos finos para impedir que a água caia com muita força ou com muito peso sobre a terra ou as plantinhas. As folhas servem como conferência dessa pressão, já que elas não devem ficar salpicadas de lama.
Nas sementeiras, use um regador pequeno, de chuveiro bem fino. Aliás, um ótimo recurso é adaptar um chuveirinho de borracha, desses usados em banheiros. Mantenha o regador numa altura em que o jato de água não prejudique a superfície da sementeira.

Lição de Casa
1. Ao aparecer algum bicho ou inseto que você não sabe identificar, pesquise nos sites específicos (veja Saiba Mais) para fazer o combate adequado.
2. Enquanto as hortaliças crescem, se for preciso e pensando nos futuros plantios, prepare um regador usando chuveirinho de banheiro para que a rega seja mais suave, principalmente nas sementeiras.
3. Comece a escolher e a organizar o próximo plantio, levando em conta a mudança da estação.
Tomates
Tomates de amadurecimento precoce são menos suscetíveis às moscas-das-frutas do que outras variedades.
Se planejar bem, você pode ter tomates plantados em casa, mais naturais, e sem se sujeitar às variações de preço do mercado.
· Pode-se plantar mudas o ano todo. Em áreas mais frias, mantenha as plantas em vasos e em local quente e protegido até que a ameaça de geada tenha passado. Se houver previsão de geada ou noites frias, cubra as mudas à noite porque temperaturas baixas inibem a formação dos frutos.
· Selecione variedades com amadurecimento precoce como a finestra. Elas levam menos tempo para frutificar do que outras variedades e têm mais tolerância ao frio, assim é mais provável que os frutos estejam maduros em meados do verão.
· Escolha a parte mais ensolarada do jardim para o canteiro de tomates e coloque muito material orgânico, como composto e esterco bem curtido - isso melhorará a capacidade de reter umidade do solo.
· Mantenha os pés de tomates bem regados. Quando as primeiras flores aparecerem, inicie a rega com um fertilizante orgânico.
Cenouras
Podem ser plantadas a partir da semente, levam cerca de três semanas para amadurecer e podem ser consumidas cruas ou cozidas.
· As variedades Nantes podem ser cultivadas o ano todo no Sudeste. As Forto e Fuyumaki são cultivadas no inverno e as outras no verão.
· Cenouras precisam de solo areno-argiloso, com mais de 80% de terra preta na mistura das frações do solo (areia e argila), leves, drenados. Para adubação, use húmus de minhoca e composto orgânico. Faça pequenos sulcos no solo e coloque de 2 a 3 sementes, cubra com terra e irrigue com pulverizador.
· Remova todas as rochas, pedrinhas e torrões, pois eles levam as raízes a se bifurcarem ou se deformarem.
· Sementes de cenoura são pequenas e difíceis de lidar; misture-as a areia fina antes de semeá-las. Depois derrame a areia e a mistura de sementes ao longo dos sulcos.
· Quando as plantas tiverem 5 cm de altura e 4 folhinhas, separe as menores, replantando. As plantas necessitam de local arejado e exposto ao sol por pelo menos 5 horas.
Alface
· Pergunte no horto mais perto sobre as melhores variedades de alface para semear. Há diversas variedades disponíveis com semeadura em diferentes épocas do ano.
· Evite semear em clima quente. Se a temperatura estiver 30º C ou mais, coloque as sementes em uma toalha de papel na geladeira por um dia antes de semeá-las.
· Plante no jardim ou, se o espaço for limitado, use um recipiente em forma de tigela com mistura para vasos. É ideal para uma sacada ou varanda pequena.
· Mantenha o solo úmido até as mudas aparecerem. Regue todos os dias no verão, mas evite fazê-lo na hora mais quente do dia.
· Apesar de plantas maduras precisarem de sol direto, use tela ou papelão para proteger as mais jovens do sol da tarde até estarem bem enraizadas. Em locais quentes, a alface precisa de sombra leve no verão.
Recicle pneus e cultive uma plantação deliciosa.
2 pneus de carro velhosfeno, composto ou mistura para vasostubérculos de batata com brotos
· Coloque um pneu velho deitado no chão.
· Adicione uma camada de feno, composto ou mistura para vasos e, em seguida, coloque algumas batatas com brotos e cubra-as com o mesmo material.
· Regue bem.
· Quando as batatas começarem a crescer, ponha outro pneu sobre o primeiro e adicione mais feno, composto ou mistura para vasos. Se necessário, repita o processo enquanto as plantas crescem.
· Colha as primeiras batatinhas depois de alguns meses.
· Retire toda a colheita quando as folhas começarem a morrer.